Rondônia, 16 de novembro de 2024
Política

Condenado a seis anos de prisão lidera negociações políticas em Rondônia

Denunciado e condenado a mais de seis anos de prisão em 2018 pela prática de 21 crimes de corrupção passiva, o ex-deputado federal Nilton Capixaba, líder do PTB rondoniense faz de conta que nada aconteceu em sua vida. Transita no meio partidário com certa desenvoltura e sem nenhuma vergonha de um homem que deveria ter deixado a vida pública antes mesmo da condenação no famoso caso da destinação de emendas parlamentares para compra de ambulâncias. Ele ficava com um percentual, segundo entendeu o STF.

Sanguessuga

Presidente da legenda em Rondônia, os recursos públicos para as campanhas eleitorais dos candidatos do PTB passarão pelo deputado Sanguessuga? Certamente.

Marketing, produção de campanha

Os principais pré-candidatos ao Governo estão em busca dos melhores acertos para contratação de produtoras e marqueteiros para a temporada de caça aos votos. O governador Marcos Rocha saiu na frente e contratou há meses o publicitário Marcelo Vitorino, que apresenta em seu currículo a vitória do pastor Marcelo Crivella no Rio de Janeiro, embora esconda dissabores na condução da campanha do tucano Geraldo Alckmin em 2018 (https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/08/apos-largada-oficial-da-campanha-nas-redes-alckmin-troca-marqueteiro-digital.shtml). De qualquer forma, o contrato já foi assinado e sua colega, Nathália Mendonça, está recrutando jovens talentos do Estado para fortalecer o time de Marcos Rocha.

Negociações abertas

Por outro lado, o senador Marcos Rogério (PL) enviou emissários para pedir uma proposta a uma grande agência de Porto Velho. Há o interesse mútuo, mas é preciso chegar ao consenso nos valores, já que estão inclusos no plano de trabalho, as pesquisas de consumo (qualitativas e quantitativas), criação, produção de áudio e vídeo, e gestão de redes sociais. Correndo por fora, o deputado Léo Moraes abriu conversações com o publicitário Jari Luiz, que se afastou da campanha do pecuarista Jaime Bagattoli. Por fim, o professor Vinícius Miguel (PSB) aguarda posicionamento das executivas nacionais dos partidos alinhados com seu projeto sobre o marketing regional.

Perigo de campanha

Além dos problemas iniciais afetos a qualquer início de disputa eleitoral, os dois principais concorrentes do naco bolsonarista estão subestimando o deputado Léo Moraes, desprezando sua capacidade eleitoral em Porto Velho, e nos médios e pequenos núcleos urbanos por onde ajudou dezenas de vereadores nas eleições passadas com recursos do fundo eleitoral do Podemos. Léo está tranquilo assistindo a queda de braço entre Marcos Rocha e Marcos Rogério pelo beneplácito do eleitoral bolsonarista.

Cão que ladra…

O ex-deputado Jesuíno Boabaid ameaçou revelar os segredos da “caixa de pandora” da Assembleia Legislativa revoltado porque a Mesa Diretora decidiu iniciar o recesso sem afastar o deputado Geraldo da Rondônia, condenado judicialmente. O policial militar aposentado e pré-candidato a deputado estadual falou pouco, acusando a Casa de aprovar benesses às escuras para aumentar os privilégios dos parlamentares. Jesuíno bem que podia cumprir a promessa e revelar os bastidores de uma investigação em andamento no GAECO do Ministério Público.

… Não Morde

Naquele grupo de combate a corrupção no MP paira uma investigação envolvendo agiotagem, inserção falsa de documento público e direcionamento. O suposto desvio não chega a R$ 300 mil, mas fizeram tanta lambança no processo que chamou a atenção dos promotores.

Balaio de gatos

As alianças políticas nesta temporada em Rondônia estão parecendo mais com a união da discórdia. De norte a sul, há desde tradicionais adversários caminhando juntos até parentes em palanques opostos. O eleitor terá dificuldade para entender algumas particularidades na campanha eleitoral porque o tabuleiro político está para lá de complicado. Jogadas difíceis de entender podem ser vistas de Vilhena a Porto Velho, devido às alianças que começam a ser formalizadas nessa pré-campanha eleitoral.

Cristiane x Léo x Marcos Rocha

Em Porto Velho a ex-vereadora Cristiane Lopes, agora no União Brasil, é pré-candidata a deputada federal com apoio do governador Marcos Rocha (PSL). Nas últimas eleições municipais ela disputou a prefeitura e no segundo turno teve em seu palanque o deputado federal Léo Moraes (Podemos), que agora é pré-candidato ao governo. Na campanha de 2020 Léo Moraes elogiava Cristiane Lopes e os dois diziam que se identificavam. Acontece que depois ela descobriu que se identifica mais com o governador Marcos Rocha, pré-candidato à reeleição, e na campanha deste ano pedirá votos para ele. A mudança ajuda o governador, pois a ex-vereadora foi bem votada nas últimas eleições.

Contra o sistema, mas nem tanto assim

Em Ariquemes não é segredo que os vereadores Rafael Fera (Podemos) e Renato Padeiro (Solidariedade) não se entendiam, mas isso é coisa do passado. Agora eles são amigos políticos. Fera é pré-candidato a deputado federal e Padeiro afirma que deverá ser candidato a estadual.
Para quem não se lembra, Renato Padeiro é aquele presidente da Câmara de Vereadores acusado de disseminar fake news contra a Assembleia Legislativa. Fera também não tem simpatia política pelo presidente do Legislativo Estadual, deputado Alex Redano (Republicanos).
Nos bastidores políticos circula a informação de que ambos os vereadores deixaram as desavenças de lado e estão juntos por causa de Redano. Isso demonstraria a importância da figura do presidente da Assembleia Legislativa, que teria conseguido promover a união da discórdia em Ariquemes. Era algo que poucos acreditavam que pudesse acontecer.

Família Donadon dividida

Em Vilhena a família Donadon estaria rachada, pelo menos teoricamente. A deputada estadual Rosângela Donadon (União Brasil) é pré-candidata à reeleição e o partido dela apoiará o governador Marcos Rocha. A concunhada dela, Rosane Donadon, pré-candidata a deputada federal, está no PSD de Expedito Neto, por isso supostamente apoiará o senador Marcos Rogério.
O caso da dobradinha entre Rosângela e Rosane deve dar o que falar, devido ao fundão eleitoral. Pelas regras do jogo elas teriam que colocar os pezinhos em palanques diferentes. Somente ficar com o dinheiro do fundo para a campanha poderá trazer problemas com os dois pré-candidatos ao governo, se não pedirem voto para eles.

Lapso

O deputado Dr. Neidson (Podemos), grande liderança da Pérola do Mamoré, trocou nomes em uma solenidade realizada em Guajará-Mirim. “Temos aqui a presença da nossa amiga Mariana Carvalho (Republicanos), pré-candidata ao Senado...” dizia. Ele parou um pouco e prosseguiu: “Na verdade temos aqui a deputada federal Jaqueline Cassol (Progressistas)...”. Não ficou claro quem ele está apoiando.

Votos

As deputadas federais Jaqueline Cassol e Mariana Carvalho têm buscado apoio de deputados estaduais e prefeitos, principalmente. Jaqueline tenta reforçar sua posição no interior, enquanto Mariana busca ampliar seus horizontes, que por algum tempo ficou restrito a Porto Velho. As duas estão conversando com diversos parlamentares, independente do partido.

Campanha

A campanha eleitoral será uma excelente oportunidade para que sejam dadas algumas explicações, já que o público estará atento às promessas e explanações sobre trabalhos realizados e também sobre atividades interrompidas. Há alguns médicos pré-candidatos que poderiam detalhar a razão de a Sesau não ter aceitado duas alas no Hospital de Base, reformadas no início da pandemia de covid-19.

Alas

Logo que iniciou a pandemia a Secretaria de Estado de Obras (Seosp) foi rápida e contratou uma empresa para reformar duas alas no HB, para tratar pacientes com covid. Os engenheiros da Seosp receberam o serviço e chegou o momento de passar a estrutura para a Sesau. Engenheiros da Sesau não aceitaram a obra, apresentando justificativas como a existência de uma rachadura de 15 centímetros na parede, falta de uma torneira ou ausência de uma tomada.

Detalhes

Os engenheiros da Sesau não justificaram se as pequenas rachaduras eram na estrutura da parede ou somente no reboco, nem se seria possível instalar mais uma tomada ou outra torneira para que as alas fossem utilizadas e não fosse preciso gastar mais com aquisição de algum hospital. A estrutura no HB já estava pronta quando aconteceu essa espécie de mal-entendido. Eram muitos doentes, era muita correria, mas na campanha pode haver tempo suficiente para algum médico candidato explicar o que realmente aconteceu.

Quieto

O senador Confúcio Moura (MDB) anda muito quieto ultimamente. Seu principal assessor, Waldo Alves, também se mantém fora dos holofotes, pelo menos oficialmente. Se Confúcio resolver pender para algum lado poderá haver mudança no tabuleiro político. O ex-senador e ex-governador Ivo Cassol também está quieto, mas já sinalizou que está com o deputado federal Léo Moraes (Podemos), pré-candidato ao governo.

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