Consumidor paga por um quilo de carne mesmo valor de arroba paga ao produtor
A disparidade entre o preço da carne bovina paga aos produtores em Rondônia, cerca de R$ 90,00 a arroba (15 quilos) e o valor pago pelo consumidor em até R$ 68,00 o quilo, foi criticada na tribuna da Câmara pelo deputado federal Ernandes Amorim (PTB), para se queixar da política adotada pelo estado de se liberar a venda de gado novo para outros estados, e da falta de investigação de suas denúncias sobre a cartelização do setor e favorecimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), para os conglomerados frigoríficos.
Os preços pagos pelo consumidor foram aferidos pelo próprio parlamentar em açougues e supermercados de Brasília. Lá, segundo Amorim, um quilo de filé custa R$ 47,00 e um quilo de picanha R$ 68,00.
Fiz uma proposta à Comissão de Fiscalização e Controle em 2008, ela foi aprovada pela própria Comissão, com a relatoria do ex-senador e deputado Moreira Mendes, e a Casa a encaminhou ao Tribunal de Contas. Isso faz muito tempo. Eu peço à Casa que encaminhe um requerimento dessas informações. Tenho interesse em saber o que foi apurado nessa fiscalização. Trata-se de uma fiscalização que faz referência a cartelização da carne no Brasil, empréstimos a frigoríficos às vezes quebrados, dinheiro que foi desperdiçado pelo próprio sistema, cobrou Amorim à presidência da Câmara.
Ainda no mesmo discurso, o parlamentar pediu a flexibilização ao Ministério da Agricultura para facilitar a vida dos médios e pequenos produtores e, dessa forma, evitar cartelização, e disparidades de preços da carne que recentemente puxou o aumento inflacionário e do valor da cesta básica. O titular do Ministério da Agricultura se prontificou a ajudar no funcionamento dos frigoríficos, e ele tem que ter um zelo maior por isso, da mesma forma que a presidência da República e seus assessores deveriam prestar atenção, junto com os Líderes desta Casa. Temos que acabar com tantas exigências para o setor, principalmente em Rondônia, aonde todo mundo chega à base da metralhadora, da cadeia, fazendo com que o pequeno agricultor deixe de produzir e de trabalhar para apoiar as políticas de interesse internacional, cobrou Amorim.
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