Deputados percorrem área de Reserva onde moradores estão sendo despejados
O presidente da Assembleia Legislativa, Maurão de Carvalho (PMDB) e o deputado Jesuíno Boabaid (PMN), percorreram nesta quarta-feira (09) a região da Reserva Estadual de Rendimento Sustentável do Rio Madeira “B”, onde moradores estão sendo despejados em uma ação da Secretaria de Desenvolvimento Ambiental (Sedam).
Boabaid informou que houve esse compromisso de suspender a derrubada de casas onde moram famílias, que seriam cadastradas. "A promessa era de que não iriam mais derrubar as casas. Mas, a barreira policial e a demolição dos barracos de lonas e outras construções improvisadas, de quem não mora no local, seriam continuadas", explicou.
"O que motivou a nossa vinda aqui foi, principalmente, a informação de que uma casa onde residia uma família, que há anos mora no lote, foi derrubada. Isso ocorreu depois de a Sedam ter anunciado que não iria mais derrubar casa de ninguém que morasse no lote", relatou Maurão.
Boabaid informou que houve esse compromisso de suspender a derrubada de casas onde moram famílias, que seriam cadastradas. "A promessa era de que não iriam mais derrubar as casas. Mas, a barreira policial e a demolição dos barracos de lonas e outras construções improvisadas, de quem não mora no local, seriam continuadas", explicou.
Choro e revolta
Gilson Gonzaga lamenta que ficou um ano construindo a casa, parte de alvenaria e a outra de madeira, para ser derrubada, sem sequer ter sido notificado. Ele foi ainda multado em R$ 10 mil.
"Tinha acabado de terminar a construção e nem cheguei a morar. Foi tudo abaixo. Mais de 10 anos que luto aqui dentro e todos os meus recursos estão aqui. Agora, não tenho mais nada e me sinto injustiçado e perdido, sem saber o que fazer e nem a quem recorrer", disse, emocionado.
A esposa, Maria da Conceição, lembra das dificuldades para abrirem as picadas e formarem o pequeno lote, onde plantam café, mandioca, cacau e banana.
"Tanta luta, para acabar assim. Não somos bandidos, somos trabalhadores e queremos nosso direito de plantar e colher. Aqui só tem sapé, não tem mata. Não é mais reserva. Além de derrubar a casa, ainda levaram um motor e uma bomba de água. É desumano e revoltante", desabafou.
Maria Raimunda, de 52 anos, mora na linha há cinco anos, com o marido, Raimundo de Brito, de 65. Ela conta que moravam numa casa de madeira e cultivavam no pequeno lote, para sobreviver. "Ninguém aqui é rico, ninguém aqui tem renda. Eu e meu marido vivíamos de plantar e colher. E agora, vamos ficar no meio do nada?", questiona.
Os deputados se comprometeram a continuar buscando o diálogo, mas ressaltaram que é preciso cumprir a lei e verificar caso a caso. "Se estamos em uma reserva, é preciso seguir as normas. Mas, tem pessoas que estão na região desde antes da sua criação e possuem inclusive títulos do Incra. É preciso ver caso a caso e não cometer injustiça com quem trabalha", finalizou Maurão.
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