Eleitor corrupto não pode exigir político honesto - Por Ivonete Gomes
É preciso uma dose extra de coragem para se tornar candidato a algum cargo eletivo no Brasil. No país da Lava Jato, político virou sinônimo de mau caráter, pilantra, oportunista e folgado. É aquele cidadão que está querendo vida fácil, regalias e bom salário. Nas redes sociais os “juízes” de plantão achincalham a escolha de quem resolveu colocar o nome à apreciação dos eleitores. Os vizinhos olham meio torto e os parentes já nem convidam para o churrasco de domingo. É o momento em que muitos bons cidadãos candidatos desistem, deixando o caminho aberto para os que estão dispostos a chegar ao poder a qualquer custo. E aí, dá-lhe compra de votos, troca de favores, promessas futuras de cargos comissionados, comilanças em reuniões, caixa dois e a política do boi marcado perpetuada por pseudolíderes comunitários.
Ainda mais difícil o êxito de um candidato bem intencionado é o fato de existir no Brasil uma cultura de eleitores corruptos que exigem políticos honestos. São pessoas imediatistas que votam na base do toma lá dá cá e tentam justificar a própria ação corrupta de negociar o voto com a afirmativa de perpetuação da corrupção. “-Votarei no fulano que me deu cinquenta reais porque todo mundo quando chega lá rouba mesmo”, eis o mantra do negociante eleitoral.
O poder emana do povo e é o povo quem decide ter ou não políticos honestos. Jamais haverá bons representantes sem bons eleitores. É hora de escolher um lado. Tomar ciência de que consciência é fazer a coisa certa mesmo quando ninguém está observando. Escolher um candidato é escolher um rumo. Que façamos nossas boas escolhas em 2016.
* A autora é jornalista, editora do Rondoniagora
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