EM ARIQUEMES, EX-VEREADOR USA SERVIDORA FANTASMA PARA FAZER EMPRÉSTIMOS
O ex-vereador João Santos Vieira, o Neguinho da Vila Nova, e o ex-chefe de Gabinete da Prefeitura de Ariquemes, Clóvis José de Souza, que disputa uma vaga na Câmara, foram denunciados pelo Ministério Público de Rondônia por concussão (exigência de vantagem indevida no serviço público), falsidade ideológica em concurso material e crime continuado. Na petição encaminhada à Justiça rondoniense, o MP esclarece que os dois estavam em conluio para receber recursos públicos indevidos, além de contrair empréstimos de uma servidora comissionada da Prefeitura. Nem mesmo a própria pessoa Vanessa Aparecida Batista sabia sua função na Prefeitura de Ariquemes. Ela era diretora da Divisão Administrativa da Secretaria Municipal de Trânsito, mas não era obrigada a aparecer no trabalho, por determinação do ex-vereador, que acertou a indicação dela junto ao prefeito Confúcio Moura (PMDB) e seu ex-chefe de gabinete, Clóvis José de Souza.
Vanessa foi contratada pelo ex-vereador para trabalhar como assessora com salário de R$ 500,00. Mas ele exigiu seus documentos para que fosse paga pela prefeitura (chamam no interior de portariada), além do cartão magnético do banco. A portaria girava em torno de R$ 1.800,00 mas somente a quantia acertada era repassada a assessora. Na verdade, o então vereador Neguinho Vila Nova que possuía o poder de indicar e solicitar exoneração de Vanessa, coagiu esta a lhe passar parte do salário sob pena de a mesma vir a ser exonerada do cargo comissionado, aumentando suas dificuldades financeiras, diz trecho do documento assinado pelo promotor Jorge Romcy Filho.
O controle era tal sobre a vida financeira da assessora que o ex-vereador contraiu um empréstimo no valor de R$ 9.000,00 no Banco do Brasil para ser descontado em folha de pagamento. Para piorar a situação, o então vereador preencheu um requerimento de exoneração de Vanessa Batista, utilizando CPF falso e uma assinatura falsa também, para receber uma indenização de R$ 4.000,00. Como o escândalo veio à tona, o ex-vereador tentou acobertar os fatos com ajuda do ex-chefe de gabinete, que ofereceu 37% do cheque de R$ 4.000,00 para ficar calada, até porque o seu chefe, prefeito Confúcio Moura, disputaria a reeleição. Nem o pagamento e muito menos o cheque indenizatório foi parar nas mãos de Vanessa Batista, que procurou a Delegacia de Polícia e o Ministério Público para delatar as ações dos dois acusados. O RONDONIAGORA tentou falar com o ex-vereador e com o ex-chefe de gabinete mas não conseguiu êxito. Nem mesmo na prefeitura o telefone 3535-0011 atendeu.
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