Rondônia, 23 de dezembro de 2024
Política

EXAMES QUE LIGAM ARMA USADA EM ASSASSINATO A VALTER ARAÚJO FORAM REALIZADOS PELA POLÍCIA FEDERAL

A fortaleza do dia anterior, quando depôs mais uma vez no Fórum Criminal e saiu rindo para jornalistas, caiu por terra na quarta-feira. Valter Araújo não esperava- nem seus próprios advogados, especialistas em boas estratégias – ser formalmente acusado como mandante de um assassinato. As provas são irrefutáveis. Os exames de comparação entre os projeteis que atingiram e mataram Raimundo Antônio da Silva, ex-sócio de Valter Araújo, com armas encontradas em uma fazenda do ex-deputado deu positivo para uma delas. O trabalho foi realizado pela Polícia Federal (PF), o que acaba com qualquer possível alegação dos laudos terem sido forjados.



A surpresa do ex-deputado



O RONDONIAGORA apurou que as investigações foram iniciadas pelo delegado Alessandro Bernadino Morey e já na época dos fatos, o suspeito era o então deputado estadual eleito, Valter Araújo. Mas não haviam provas. A motivação seriam dívidas deixadas por Raimundo Antônio da Silva, apontado durante as investigações como sendo um “laranja”. O delegado José Marcos Rodrigues atualiza a história: “A motivação seria o desfazimento de uma sociedade naquela empresa, em razão, de que era alegado pelo ex-deputado de prejuízos financeiros”. Somente o ex-parlamentar foi indiciado, explica o delegado. ”Contra o irmão que nós também ouvimos não temos prova. Desde a época do crime já se tinha o Valter como um dos imputados como sendo o mandante. Na época, já era investigado em 2009 pela prática criminosa”.

A surpresa do ex-deputado



O delegado relembra o depoimento do ex-parlamentar. “Ele foi surpreendido pelo laudo de comparação balística, que atestava que os projeteis extraídos do corpo da vitima, como também os encontrados no veiculo da vitima, restaram positivados com o comparativo balístico realizado na arma de fogo apreendida na fazenda dele. Ficou surpreso mesmo, uma vez que não tinha conhecimento desse laudo técnico em poder da Polícia Civil. O irmão confirmou que essa arma de fogo fora apreendida dentro do quarto da casa dele na residência dele e da esposa, entretanto ele afirma que essa arma pertenceu a peões que trabalhavam na fazenda dele e do Valter”. O inquérito, garante o delegado, está sendo concluído nos próximos 10 ou 15 dias e “enviaremos ele em definitivo ao Poder Judiciário, quanto aos autores do crime. Um outro inquérito está sendo instaurado para tentar chegar aos autores. Para nós não resta dúvida”.

Vítima era sócio de Valter e foi morto com seis tiros

Raimundo Antonio da Silva Lima (45), foi morto a tiros de revolver enquanto estacionava seu veículo na frente de sua própria casa. Segundo informações do Boletim de Ocorrência n° 35/2009, Antonio tinha saído para fazer algumas compras e teria sido seguido por dois homens que estavam em uma motocicleta de cor preta e vermelha, possivelmente uma Falcon. O passageiro sacou de um revólver calibre 38 e efetuou três disparos que atingiram a cabeça de Antônio. Ferido, ele ainda foi conduzido até o Pronto Socorro do Hospital João Paulo II, mas não resistiu aos ferimentos e foi a óbito horas depois.

Durante a Operação Termópilas, que desarticulou o bando de Valter Araújo, revelações importantes sobre os empreendimentos do ex-deputado foram reveladas. Ele foi a Justiça para tentar indenização da empresa Amazonforte Vigilância e Segurança Ltda. Alegou que fez locação de um veículo em contrato verbal, mas a suposta ré não pagou nada e exigia R$ 58.896,07. Mais perdas e danos, no montante final de R$ 61.681,07. Não ficou bom para Valter. Nas alegações de defesa, a Amazonforte explicou um pouco mais da vida do presidente da Assembleia: A empresa disse que Valter Araújo era ex-sócio da Amazonforte, tendo ingressado na sociedade empresarial em 15/09/2005, através da aquisição de 50% (cinquenta por cento) das cotas, anteriormente pertencentes à Jedson Rodrigues Lobo. Na alteração contratual, “o requerente utilizou como “laranjas” seu irmão Wanderley Araújo Gonçalves e seu amigo José Miguel Saud Morheb, cada um com 25% (vinte e cinco por cento) das cotas.” A Amazonforte alegou também que em virtude da ingerência na empresa através desses "laranjas", disponibilizou o veículo em litígio a fim de atender o contrato firmado com a Infraero. Para a Amazonforte, era claro que Valter na realidade queria apenas se vingar, “busca o enriquecimento sem causa, bem como visa prejudicar o sócio Francisco Pereira Barbosa, em face das perdas das cotas da sociedade”. O presidente da Assembleia perdeu o caso, segundo autos do processo 0091870-96.2007.8.22.0001, que tramitou na 7ª Vara Cível em Porto Velho. O RONDONIAGORA publicou o caso em 2011 (http://www.rondoniagora.com/noticias/para-justica-nao-ha-duvidas-de-que-empresa-reflexo-sempre-foi-de-valter-araujo-2011-11-14.htm)

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