Faltaram provas para cassação
RELATÓRIO DE LEO MORAES SE BASEOU EM ESCUTAS TELEFÔNICAS E NÃO APRESENTOU NADA NOVO
O esvaziamento do plenário era sintomático: Porfírio Costa, suplente do presidente da Casa, Alan Queiroz, protagonizou as cenas mais inusitadas da sessão que durou 11 horas. “Me sinto usado. O encaminhamento desta votação é uma vergonha”, esbravejou abandonando o plenário e gerando um tumulto generalizado. Para ele, nada justifica que apenas 3 dos 5 acusados perdessem o mandato. O presidente da Casa, envergonhado, tratou o episódio como “lamentável” e disse que não esperava por isso.
O secretário de Administração Mário Medeiros não descolou do vereador Pastor Delson, um dos que seriam julgados por quebra de decoro, tendo, inclusive, realizado várias reuniões a portas fechadas no gabinete do parlamentar, sob as vistas de todos, enquanto, para ajudar na composição do quórum, esperavam-se, em vão, a chegada do suplente do Cabo Anjos, Walter Canuto, que sequer justificou a ausência. “Como secretário eu deveria estar dormindo. Mas como cidadão, eu posso estar aqui”, desconversou o secretário.
O esvaziamento do plenário era sintomático: Porfírio Costa, suplente do presidente da Casa, Alan Queiroz, protagonizou as cenas mais inusitadas da sessão que durou 11 horas. “Me sinto usado. O encaminhamento desta votação é uma vergonha”, esbravejou abandonando o plenário e gerando um tumulto generalizado. Para ele, nada justifica que apenas 3 dos 5 acusados perdessem o mandato. O presidente da Casa, envergonhado, tratou o episódio como “lamentável” e disse que não esperava por isso.
Macário Barros, ex-secretário de Saúde de Porto Velho, sem qualquer cerimônia, cochichou ao ouvido do repórter do Rondôniagora. “Se eu não puder pedir vistas, votarei certamente a favor dos réus”, disse. E não deu outra. Em sessões para cassação de mandato, é vedado o pedido de vistas e o ex-secretário, então, cumpriu a palavra, desclassificando o relatório.
O petista Jurandir Bengala, conscientemente, rebelou-se contra a determinação do partido, que horas antes do início da sessão emitiu uma nota pública, em tom de ordem expressa, para que toda a bancada do PT votasse pela cassação de Jair Montes, Pastor Delso e Cabo Anjos. Bengala também argumentou que, ao invés de 3, os 5 deveriam ser cassados, e pôs sob suspeita o relatório. “Podem me prender. Podem me expulsar. Eu não voto com o relator”, gritou o petista, desencadeando uma nova revolta nas galerias entre os apoiadores dos acusados e um grupo menor de estudantes que queriam “Cassação Já”.
Vereador prejudica quórum ao viajar para tratamento no Rio
A polêmica viagem do vereador Edmilson Lemos ao Rio de Janeiro “esquartejou” o quórum no momento mais importante da sessão. Alan Queiroz tentou desclassificar as críticas da imprensa, e as suspeitas de que Lemos viajara como represália ao relator, Léo Moraes, com quem quase saiu aos tapas, na última semana, num debate sobre como deveria ser a votação: aberta ou fechada. Edmilson saiu derrotado e, mesmo como membro da comissão processante, decidiu “sumir”, justificando a viagem como sendo por “motivos particulares”. A mesa-diretora da Casa pôs panos quentes ao anunciar, em meio à acalorada sessão, que Edmilson estaria tratando de problemas renais. A assessoria do vereador Edmilson Lemos encaminhou uma série de documentos com comprovantes médicos e passagens aéreas assegurando que realmente ele precisava ir fazer o tratamento. Na verdade, era a continuidade do tratamento, já iniciado por médicos no Rio de Janeiro. Ele comprovou suas ausências as sessões da Câmara. Quanto ao voto aberto, ele apenas defendeu uma proposta clara no Legislativo e nunca pensou em ser contra o projeto apresentado pelo vereador Leo Moraes (PTB).
Chico Lata acaba com trabalho da comissão
A comissão foi fragmentada com a surpreendente decisão do vereador Chico Lata de reprovar o relatório que ele próprio ajudou a confeccionar pedindo punição aos cinco acusados. Em tom de bastante convicção, Chico Lata bateu á mesa ao dizer “não ao relatório”, gerando saia justa aos demais membros da comissão. Ana Maria Negreiros, José Wildes e Léo Moraes se entreolharam discretamente, baixaram a cabeça e tentaram disfarçar o constrangimento. “O Plenário é soberano. Não vou comentar o voto de ninguém”, afirmou o relator.
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