Léo Moraes fala em economia de recursos, mas exemplos práticos de sua gestão apontam para desperdício

Em discurso cheio de mágoa contra quem considera adversário político, o prefeito Léo Moraes falou nesta segunda-feira (5), na Câmara Municipal, em eficácia e economia de recursos públicos, atacou a administração passada e falou novamente de um suposto “rombo milionário” no IPAM, até agora não comprovado. Elogiou a Câmara por aprovar em tempo recorde, sem nem mesmo passar pelo crivo das comissões, os seus projetos, como o aumento de cargos comissionados, elevação de salários dos aliados, inclusive no mesmo IPAM, que, segundo ele, está quebrado.
Segundo Léo Moraes, falar em eficiência o faz sonhar com eficácia. Diz que sua gestão está economizando recursos, mas a prática administrativa do dia a dia aponta exatamente o contrário. Dezenas de grupos de trabalho foram criados, inclusive para beneficiar seu irmão, Paulo Moraes Junior, com jeton de até 10% sobre o salário bruto. O irmão é presidente de uma comissão criada para fazer levantamento do retorno do passeio de trem na Estrada de Ferro Madeira Mamoré. . Com as gratificações e outros auxílios, o salário do irmão já chegou a mais de R$ 45 mil. A maioria dos secretários está inclusa em outros grupos de trabalho, todos remunerados.
Fornecedores cobrando atrasados
A prefeitura não está pagando em dia os fornecedores. Alguns estão recebendo com 6 meses de atraso. Segundo o vereador Marcos Combate, a empresa responsável pela obra de drenagem no Parque Amazônia, contratada por R$ 8 milhões, paralisou os serviços. A notícia foi negada pela prefeitura através do portal oficial dizendo que havia liberado pouco mais de R$ 900 mil e já havia pedido uma nota fiscal de R$ 1,1 milhão. Só após a denúncia, o município resolveu pagar o que devia para a empresa contratada que suportou o pagamento dos trabalhadores, encargos e impostos.
Outro fornecedor da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) só recebeu no mês de julho os serviços prestados em janeiro, fevereiro e março. “E foi a muito custo”, disse o fornecedor de alimentação para pacientes. Contas de energia estão em atraso e a prefeitura já está pagando multa, algo que não era visto há mais de 8 ano em Porto Velho.
Caso Plator, Eixo Norte e lancheiras
Léo esconde da opinião pública as denúncias das caronas em atas de registro de preço das empresas Plator Engenharia e Eixo Norte. As duas de origem suspeita, obrigando a prefeitura a recuar das contratações após a forte recusa do Tribunal de Contas, que comemorou por meio de seus canais oficiais a economia de mais de R$ 60 milhões com a suspensão dessas contratações. Outra compra que foi finalizada e que não se tem informação sobre a entrega aos alunos foi o processo da lancheira. Foram usados mais de R$ 2 milhões para comprar lancheiras de baixa qualidade, quando o município não tinha merenda escolar e nem uniformes para seus alunos. O processo foi encaminhado ao Tribunal de Contas da União, pois tratasse de recursos federais da Educação.
Mágoa e rancor
Em suas palavras finais na Câmara, Léo disparou contra as pessoas que ousam a criticar sua gestão: “credibilidade, caráter e honra você não acha na gôndola de mercados, você tem ou não tem. É preciso ter moral e vergonha na cara para cobrar de terceiros. Temos muito que trabalhar e não ficar vermelho quando recebe uma crítica. Vão responder nessa terra pelo seu comportamento inadequado”. Ele anda muito irritado porque, além de Tiktoker, está conhecido por “Prefake”.
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