Operação da Polícia Civil devassa gabinete e residência de vereador
A Polícia Civil em Vilhena deflagrou na manhã desta segunda-feira a terceira fase da operação Água Limpa, que investiga um esquema criminoso no Serviço Autônomo de Águas (SAAE). Sete delegados e 25 agentes cumprem oito mandados de busca e apreensão expedidos pela primeira vara criminal.
Entre os investigados desta fase estão o vereador Carmozino Alves Moreira, além de um advogado, sócio do ex-diretor-Geral do SAAE, Josafá Lopes Bezerra, em um escritório de advocacia e de duas empresas .
Segundo os delegados que comandam a investigação, Lincoln Ossamu Mizusaki e Fábio Campos, após a apreensão de processos administrativos ocorrida no dia 19 de fevereiro, no SAAE, foi constatado que a autarquia realizou contratos sem licitação, com as empresas de J. Pires dos Santos Eireli, registrada em nome de Jovane Pires dos Santos e JC Santi Eireli-ME, de José Cleberson Santi, ex-assessor de Carmozino.
No primeiro contrato o SAAE locou uma pá carregadeira, e, no segundo, a autarquia fez locação de caminhão basculante, totalizando R$ 135.220., No entanto, segundo apurado pela Polícia Civil há o envolvimento de laranjas. “Essas empresas, conforme apontaram as denúncias investigadas pela Polícia Civil, são no sentido de que foram constituídas para burlarem a lei, pois o vereador, por ocupar um cargo público, estaria vedado de contratar com o poder público, e o advogado, por ser amigo e sócio de Josafá, não poderia celebrar contrato com o SAAE, muito menos sem a prévia licitação”, disse o delegado Lincoln Mizusaki.
As buscas foram cumpridas nas residências dos investigados e nas sedes das supostas empresas, bem como no gabinete do vereador, na Câmara Municipal.
O inquérito da segunda fase da operação, que investigava os contratos do SAAE com a empresa MWX já foi concluído pela Polícia Civil e encaminhado ao Ministério Público e Judiciário.
Já foram indiciados e proibidos de frequentar ou contratar com a Prefeitura de Vilhena, Josafá Lopes Bezerra, além do ex-secretário municipal e ex-assessor do gabinete da Prefeitura Washington Luiz Sarat Santos e o sócio da MWX Marcelo Novaes Marinho, por associação criminosa, peculato, falsidade ideológica e fraude em licitações, além de dois proprietários de empresas de informática na cidade de Vilhena, por fraude em licitações.
No inquérito ficou demonstrado que tal empresa MWX recebeu mais de R$ 250.000 do SAAE e não honrou com os compromissos assumidos. Boa parte do dinheiro pago pelo SAAE à MWX tinha como destino a conta do ex-assessor de gabinete e ex-secretário adjunto da prefeitura.
Veja Também
Assembleia encerra campanha de ativismo com debate sobre trabalho decente para mulheres
Vereador denuncia colapso contínuo na coleta de lixo em Porto Velho
Briga do momento: Braguin, Camargo e Fernando Silva disputam território político; veja vídeos