Rondônia, 13 de novembro de 2024
Política

Patrões e empregados se unem contra MP e deputados que sugeriram redução de mensalidades escolares

Em uma situação inusitada, dois patrões e empregados se uniram em Rondônia contra propostas de parlamentares estaduais e do Ministério Público, que nos últimos dias sugeriram a redução no valor de mensalidade de escolas e faculdades da rede privada. As iniciativas dos políticos e do MP atende a reclamação de pais e estudantes: com a quarentena no Estado as empresas tiveram redução de custos como segurança, alimentação, energia e estrutura física.

Apesar do assunto já ser alvo de debates na Assembleia Legislativa há cerca de um mês, a revolta dos sindicatos patronal e de trabalhadores ficou maior nos últimos dois dias, após o Ministério Público enviar aos empresários uma recomendação e exigências para que apresentem as planilhas de custos, flexibilizem sanções contra inadimplentes, suspendam contratos acessórios e apresentem propostas de redução nos valores de mensalidades de até 30%.

No âmbito da Assembleia Legislativa, há quatro projetos que devem ser votados nos próximos dias. O primeiro deles foi apresentado pelo deputado Alex Silva, em 31 de março, definindo desconto de 30% nas mensalidades enquanto Rondônia estiver em estado de calamidade pública. Outros dois projetos, de Lazinho da Fetagro e Jair Montes vão no mesmo sentido: 30%. Já o de Ezequiel Silva, defende uma redução ainda maior: 40%.

A defesa dos projetos é basicamente a mesma: houve redução dos custos das empresas e da renda das famílias rondonienses, que está com a maioria das atividades empresariais suspensas.

Na recomendação encaminhada aos empresários, o MP faz várias considerações, destacando que a crise econômica atingiu a todos e que os contratos, em situações excepcionais, podem ser revistos.

Reação

Tanto o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinepe) como o Sindicato dos Professores de Instituições de Ensino Superior Privadas (Sinpro) reagiram e atacaram principal a classe política. Os professores dizem que se houver redução no valor das mensalidades haverá demissões. Já os patrões negam que tiveram redução de custos, ao contrário, aumentaram, segundo definiu o presidente do Sinepe, Augusto Pellucio. “Cabe observar que as instituições tiveram seus fluxos de caixa extremamente impactados pelas medidas governamentais, seja pelo aumento dos gastos com tecnologia para a manutenção de atividades remotas, pelo aumento de inadimplência ou pela perda de receita decorrente da evasão iminente. Além disso, a suposta redução de custo, como ventilado pelas autoridades e políticos, não acontece, visto que os principais custos das instituições de ensino se mantém intocados, tais como: folha de pagamento, aluguéis, tributos, dentre outros. Ainda assim, as Instituições já estão praticando ações positivas para ajudar alunos que tiveram perda de emprego e renda”.

Sobre os projetos, Pellucio considera que “são irresponsáveis e oportunistas, flagrantemente inconstitucionais. Caso esses projetos sejam aprovados, irão gerar uma desordem a todo o sistema educacional do estado, falência de instituições, demissões em massa de professores e consequentemente sobrecarga do sistema público de educação, que mal suporta a demanda atual”.

A reação dos professores não foi diferente e passou a atacar os deputados em redes sociais. “Instituições e políticos, de forma irresponsável e autoritária, têm desconsiderado o enorme esforço que instituições de ensino e professores estão tendo para manter a educação funcionando nesses tempos de pandemia”. O sindicato diz que cerca de 10 mil professores estão em risco.

Os projetos devem ser discutidos na próxima semana no Parlamento e reunidos em apenas um.

SIGA-NOS NO

Veja Também

Comissão de Infraestrutura aprova requerimento do senador Jaime Bagattoli para que ministro dos Transportes esclareça situação da Ponte Binacional

Caso direção nacional do MDB opte por indicar vice de Lula, Mosquini deixa partido

Prefeito eleito fecha parceria com vereadores; um deles pode virar secretário

Ao proibir a produção de bioinsumos, Brasil encarece alimentos e penaliza o pequeno produtor, diz senador Jaime Bagattoli