PRESIDENTE DO SEBRAE-RO É AFASTADA PELO SEBRAE NACIONAL; MANOBRA PRETENDIA COLOCAR GENRO COMO DIRETOR FINANCEIRO
A manutenção de práticas antigas e novas manobras para tentar perpetuar um novo grupo no poder, além de vários atos de corrupção são os principais motivos para a intervenção do Sebrae Nacional em Rondônia. A medida foi efetivada na segunda-feira, quando o grupo interventor, formado pela advogada Mônica Jorge Saliba, e os técnicos Newton de Castro e Carlos Berti Niemeyer, chegou ao Estado com a missão de fazer uma devassa nos últimos atos da gestão de Joana Joanora das Neves, a então toda-poderosa presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae em Rondônia. Há alguns dias ela conseguiu destituir toda a antiga diretoria com a alegação de que precisava acabar com os esquemas de corrupção no órgão. Na verdade, pretendia implantar seu feudo, como efetivar o genro como diretor-administrativo financeiro. O irmão, Lauro Lauri das Neves, era suplente do Conselho Deliberativo e também foi afastado.
Segundo apurou o RONDONIAGORA, Joana Joanora das Neves juntou forças com o ex-presidente Leonardo Heuler Calmon Sobral e pretendiam comandar as ações do Sebrae de forma familiar. Leonardo, que mantém controle do Sindicato das Micro e Pequenas Empresas (Simpi) e Federação das Entidades Estaduais de Micro e Pequenas Empresas (Feempi) conseguiu retomar o poder junto ao Sebrae entre 2012 e 2013, cerca de um ano depois de ser destituído por várias irregularidades à frente do Conselho Deliberativo, como contratação de empresas familiares e outras ilegalidades. Meses depois no entanto, com o apoio de Joana Joanora conseguiu com a Feempi retomasse o assento no Sebrae rondoniense, indicando então Luiz Carlos Koserski, representante do Feempi. Desde então, a devassa que seria realizada sobre a gestão de Leonardo Sobral nunca foi levada adiante.
Os acordos entre Leonardo Cabral e Joana Joanora para comandar sem problemas o Sebrae a partir de 2014 quase deram certo. Há duas semanas e com a alegação de que estava afastando diretores corruptos, conseguiu aprovar resolução que garantiria eleições rápidas no Sebrae ainda em fevereiro. A intenção era trabalhar o nome do ex-superintendente do Banco do Brasil em Rondônia, Edvaldo Sebastião de Souza, ex-conselheiro do Sebrae, como diretor-superintendente. Telmo Luciano Silva Neves, genro de Joana Joanora seria o diretor administrativo financeiro. Mas o esquema não deu certo. Avisados em Brasília pelas principais entidades nacionais, entre elas a Confederação Nacional do Comércio e a CNI, o Sebrae decidiu pela intervenção imediata, determinando uma devassa nas gestões até agora, que inclui auditoria externa por empresa independente, afirmou o presidente do Conselho Deliberativo Nacional, Roberto Simões.
Se por um lado a destituição do Conselho Deliberativo do Sebrae em Rondônia sepulta estratégias de manutenção de poder, por outro acaba prejudicando a classe empresarial, uma vez que a intervenção sustou o repasse de recursos da nacional para a estadual e ainda paralisou todos os projetos que tramitavam na entidade.
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