Rondônia, 22 de dezembro de 2024
Política

Sindur quer aumentar salário de marajás na Caerd

Mesmo com os altos salários sob investigação no Ministério Público, em razão de manobras na gestão compartilhada elevando alguns vencimentos a valores até de R$ 30 mil mensais, o Sindicato dos Urbanitários (Sindur) exige aumento salarial e promete endurecer as exigências com greve a partir do dia 21 deste mês na Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (Caerd). A direção já informou que não haverá negociação por dois motivos: a crise financeira que atingiu duramente o estado de Rondônia e o inquérito aberto no MP para apurar promoções fraudulentas na estatal garantindo salário de marajá, inclusive para diretores do sindicato.

O rombo nos últimos 10 anos com progressões irregulares chegam a R$ 100 milhões. A Caerd obteve esse resultado através de auditoria interna cujos relatórios foram encaminhados ao Tribunal de Contas e Ministério Público. O diretor do sindicato, Wilson Lopes, foi contratado em 20 de fevereiro de 1986, segundo o documento da companhia, para a função de auxiliar administrativo. De 1º de março de 1986 a 1º de maio de 2013, Lopes passou de auxiliar para técnico superintendente de Gestão de Negócios Nível E-42, o que garantiu um salário de R$ 22.919,26. Segundo o que foi apurado pela estatal, ele não possuía os cursos de graduação, pós graduação e domínio de gestão empresarial exigidos para subir de nível. A auditoria atribuiu a ele um salário de R$ 6.138,89 mas pelas progressões obtidas com apoio do Sindicato dos Urbanitários com a gestão compartilhada o salário saltou para R$ 22.919,26.

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O Sindur exige um aumento de 9,83% a título de perdas. Além da sangria com as progressões, a entidade quer aumentar ainda mais o prejuízo da Caerd. Outra pauta de reivindicações do sindicato é a luta pela não privatização. Na verdade, a multinacional AEGEA com filial em São Paulo está tentando tomar todo o sistema nos municípios sem pagar um único centavo em indenizações, mas até agora os diretores sindicais não foram a imprensa falar uma única palavra contra o desmonte da companhia.

 

Licitações fraudulentas

A gestão compartilhada na Caerd também está sendo alvo de pelo menos três grandes investigações. Numa delas, a Polícia Civil deflagrou no dia 22 de março a Operação Kairós que investiga o direcionamento de licitações no valor de mais de R$ 8 milhões para empresas ligadas a uma suposta quadrilha formada por servidores, empresários e contadores. O Sindur foi alvo de busca e apreensão e o diretor Wilson Lopes foi proibido, na época, de entrar no prédio da Caerd.  Uma segunda investigação sob sigilo está em curso e apura o uso de servidores com altos salários para tomar empréstimos em instituições financeiras.

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