Logística proporciona economia para produtores de soja de Rondônia
Os produtores de soja de Rondônia têm uma vantagem logística em relação aos agricultores do Centro-Oeste: o frete é mais barato.Com isso, os agricultores conseguem uma economia de até R$ 10 por saca. Mas, a falta de estrutura de armazenagem prejudica os sojicultores na hora de negociar a colheita. Quando o assunto é armazenagem de grãos, fica evidente a falta de infraestrutura. A central agrícola, por exemplo, é a única da região de São Miguel do Guaporé, com capacidade de armazenagem de grãos.
Segundo a Secretaria de Agricultura do Estado de Rondônia - SEAGRI, atualmente Rondônia tem capacidade para armazenar até 720 mil toneladas de grãos, ante uma produção estimada de quase 2 milhões de toneladas de grãos. E este problema não parece ter uma solução simples. “A dificuldade dos produtores rurais é ter acesso a crédito para armazenagem, pois em muitos casos falta a regularização fundiária. Nós temos 90 propriedades no estado que não tem uma escritura definitiva, ainda”, diz Evandro Padovani, secretário de Agricultura do Estado.
Ponto favorável
Mas, Rondônia tem um ponto muito favorável quando o assunto é localização e logística. Por estar perto de uma hidrovia, a soja de lá rende quase R$ 10 a mais por saca, que a de Mato Grosso, isso porque o gasto com frete é bem menor. O escoamento é feito pelo rio Madeira e tapajós, em Porto Velho. Entre o primeiro semestre de 2016 e o segundo semestre de 2017, foram transportadas 2,4 milhões de toneladas de soja por Porto Velho. E um 1,8 milhão de toneladas entre Indaiatuba e Barbarena, pelo rio tapajós.
O presidente da Sociedade de Portos e Hidrovias (Soph), Leudo Buritis explica que a soja vem do produtor pela BR-364, direto para o porto e de lá saem em comboios de 22 balsas, cada uma levando o equivalente a 800 carretas bi-trem, com destino aos terminais de Itaquatiara, no Amazona, o que representa 1 mil quilômetros de hidrovia.
O escoamento da safra de soja por Rondônia depende exclusivamente da capacidade do complexo portuário da capital Porto Velho, tanto na área pública como em terminais privados. A capacidade anual é de 5,3 milhões de toneladas para granéis agrícolas. O aumento dessa capacidade vai depender de investimentos nestes locais. “A perspectiva é positiva. Tanto que vemos lavouras maravilhosas e fantásticas e sem dúvida é um estado que vai entrar no radar agora”, conta o diretor conselheiro da Aprosoja Brasil, Glauber Silveira.
Veja Também
Com crescimento de 5,5% em 2017, confinamento de bovinos volta a se recuperar
Rally da Pecuária 2017 passa pelas regiões Norte e Centro-Oeste
Segunda safra de milho bate recorde e tem aumento de 62% na produção