Rondônia, 23 de dezembro de 2024
Revista

Rondônia terá o maior crescimento na produção de grãos na safra 17/18

Em todo país, a safra de grãos 2017/2018 deverá registrar redução de 4,3% a 6% em relação à safra 2016/2017, de acordo com levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). De acordo com a projeção, a produção deverá ficar entre 224,1 e 228,2 milhões de toneladas, uma queda em relação à última safra, de 238,5 milhões de toneladas.
Ao contrário dos indicadores nacionais, Rondônia terá o maior crescimento na produção de grãos total da região Norte na safra 2017/2018, com 1.923 mil toneladas, o que representa um incremento de 3,2% que na safra 2016/2017, segundo os dados do 2º Levantamento da Safra 2017/18 de novembro de 2017 da Conab.

Segundo o secretário de Estado da Agricultura (Seagri), Evandro Padovani, o setor produtivo de Rondônia teve um aumento de 238% de área plantada nos últimos 10 anos. “Já ultrapassamos 304 mil hectares de plantio na safra 2017/2018, este valor representa apenas 5% da área de potencialidade disponível, pois o Estado possui em média 4 milhões e meio de hectares em degradação”, apontou.

Padovani ressalta ainda que a agricultura em Rondônia vem avançando em áreas já consolidadas onde não existia novos desmatamentos, respeitando sempre a sustentabilidade. “Rondônia vem mantendo as áreas de produção em constante avanço graças aos investimentos em tecnologia e à recuperação das áreas degradadas com a agricultura por meio da Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF), ou suas variantes, e as ações do governo em prol do aumento da produção”.

Ainda segundo os dados do 2º Levantamento da Safra 2017/18 da Conab, o calendário agrícola de Rondônia segue o ritmo normal uma vez que os planejamentos da porteira para dentro estão fluindo sem percalços. Os insumos utilizados para a produção já estão no solo ou, no caso da maioria das áreas destinadas à cultura, aguardando condições pluviométricas favoráveis para o início da semeadura.

Queda de 9% em 2018 no país

Condições climáticas, preços ruins e atrasos são as principais razões apontadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para derrubar a safra de grãos de 2018 no país, que deverá sofrer uma queda de até 6,2% com relação à safra passada, que foi de 238, 5 milhões de toneladas. A produção de grãos da safra 2017/18 deve ficar entre 223,3 a 227,5 milhões de toneladas.

De acordo com a análise do IBGE, o milho é a cultura mais atingida e os produtores estimam que 30% da segunda safra será plantada fora da janela ideal, ampliando a chance de problemas. O instituto aponta que a falta de chuva e também a má distribuição delas, diferente do que ocorre na safra 2017, é a maior causa da queda.

O gerente de agricultura do IBGE, Carlos Alfredo Guedes informou que o plantio está atrasado em algumas regiões e que as condições climáticas de 2018 não sejam tão boas como as de 2017. Apesar da queda, os especialistas veem com bons olhos a expectativa para o ano que vem, por causa de dois motivos: a colheita de grãos em 2017 está sendo recorde, e o prognóstico do IBGE já parte de um patamar mais alto que o do ano passado.

Área plantada

Em relação à área plantada, favorecida pelo crescimento do plantio da soja e do algodão, espera-se a manutenção ou um aumento de até 1,9%, podendo alcançar números que variam de 61 a 62 milhões de hectares.

Segundo a Conab, as principais culturas desta safra (soja e milho), devem responder por cerca de quase 98% dos grãos produzidos no Brasil. Estima-se que a produção de soja alcance entre 106,4 e 108,6 milhões de toneladas e a do milho fique entre 91,6 e 93,1 milhões, distribuídas entre primeira e segunda safra.

A Companhia diz ainda que a primeira safra de milho pode alcançar números menores e ficar entre 24,5 e 25,9 milhões de toneladas, enquanto que a segunda pode chegar a 67,2 milhões de toneladas.

RO comemora crescimento de 230%

Ocupando a 3º posição em produção na Região Norte, a soja é hoje o principal produto agrícola de Rondônia. Segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa-Rondônia, a produção de soja no estado cresceu 236% em dez anos, passando de 277 mil toneladas na temporada 2006/2007, para pouco mais de 930 mil hectares no ano passado. A área também cresceu no mesmo volume, 230% neste período, de 90 mil hectares em 2006/2007, para 296 mil em 2016/2017.
Segundo dados do 2º Levantamento da Safra 2017/18 de novembro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a expectativa de produção para a safra 2017/2018 é de 961.3 mil toneladas, ou seja, um incremento de 3,3% em ralação a safra anterior. Entre os fatores que contribuem para o aumento da produção de soja no Estado, a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Rondônia (Aprosoja), destaca a produção do grão em áreas degradadas.
Redução de ICMS

Para o secretário estadual da Agricultura, Evandro Padovani, outra ação que contribui significativamente para o aumento da produção do grão no Estado é a redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) de fertilizante, de 8,4% para 2,1%, no Mato Grosso. “Essa medida simplificou a relação comercial entre quem produz e quem compra ou industrializa em Rondônia, é impulsionou consideravelmente o mercado interno da soja e ainda serviu como estratégia de atração de novas indústrias”.

Conforme dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, no 1º quadrimestre de 2017, a soja foi o produto mais exportado pelo Estado, tendo movimentado US$ 182 milhões entre janeiro e abril deste ano com incremento de 34,76% em relação ao ano anterior, quando movimentou US$ 135 milhões no mesmo período.

SIGA-NOS NO

Veja Também

Com crescimento de 5,5% em 2017, confinamento de bovinos volta a se recuperar

Rally da Pecuária 2017 passa pelas regiões Norte e Centro-Oeste

Segunda safra de milho bate recorde e tem aumento de 62% na produção

Remuneração extra melhora qualidade do leite em Rondônia